domingo, 1 de março de 2009

A necessidade de ser um Super-homem

Nasci numa familia boa, pobre, mas sem privações. Fui bem educado, muito amado e, o mais importante, bem orientado. Pai militar, machista, marxista, mas nunca rude ou grosseiro. Minha mãe dispensa comentários, abdicou a própria vida em prol da familia. A melhor de todas. Duas irmãs mais velhas, diferentes entre si, boas irmãs.
Cresci envolto de expectativas, o homenzinho da casa, o temporão, o preferido do pai e tudo mais. Quanta responsabilidade.
Sobrevivi, mesmo com todas as dificuldades me formei e trabalhei. Trabalhei e trabalho até hoje e vou trabalhar mais dezoito anos. Não tenho dinheiro, mas nunca fiquei desempregado. Errei sim, mas consertei tudo e segui em frente.
Então surgiu o amor, tive que me tornar uma pessoa melhor para conquistar a amada. Mulher exigente, não precisa de mim e nem de nada que eu possa oferecer, mas quer o melhor para si e isso inclui o homem ao seu lado. É difícil, erro muito, aprendo e sigo em frente.
Os amigos admiram ou invejam, existe competição. Existe cobrança. Um emprego melhor, um carro melhor, uma casa e até a aparência. Tudo é julgado.
Ainda não tenho filhos, mas sei o tamanho da responsabilidade. Além de ter que cuidar de um ser totalmente dependente de você e que você ama mais que a si mesmo, ainda existe a sombra do seu pai. Tentar ser um pai melhor que o seu foi para você deve ser uma tarefa quase impossível. Principalmente quando você acha o seu, o mais perfeito do mundo.
Só sendo super-homem para conseguir tais façanhas. E se por acaso surgir essa tal criptonita, só resta ignorá-la, pois quem tem tempo para uma bobagem dessas?

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