segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Horizonte


O céu desaba bem na minha frente

O cinza do asfalto se une ao céu

Horizonte assustador com cheiro de chuva

Cadê você quando tá frio?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Escolhas

A chuva cai lá fora
E aqui caem mil problemas
Bem sobre a minha cabeça
Dúvidas, rancores
Fé e nostalgia

Escolhas

As escolhas são foda!!!


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mais uma tarde de verão


A chuva bate na janela
Nessa tarde de verão
Nem amor
E nem nostalgia
Somente
A insuperável vontade
De comer um misto quente
Bem no meio
De um dia de trabalho.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O luto continua.

Hoje se completa um ano que aconteceu aquela tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde morreram milhares de pessoas em Nova Friburgo, Teresópolis e Itaipava.

Outros milhares de pessoas ficaram desabrigadas.

Animais domésticos foram abandonados a própria sorte.

Crianças ficaram órfãs.

Políticos prometeram, colocaram os pés na lama e até choraram.

E sabe o que aconteceu depois de um ano?

Porra nenhuma!!!

O medo continua, pessoas continuam desabrigadas, o cenário continua manchado de lama e dor.

Nossos mortos não voltaram.

Ao políticos só desejo que tomem vergonha na cara.

Não se brinca com a vida dos outros.




Esses três aí se foram e deixaram muitas saudades, corações partidos e um sentimento de indignação imenso em relação a nossos representantes políticos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Atualização monetária da música do Chico.

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

R$ 622,00

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

R$ 622,00

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague

R$ 622,00

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

R$ 622,00

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague

R$ 622,00

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

R$ 622,00.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

No fim.

No fim do mês
Apertamos o cinto
Apertamos o baseado
Apertamos o seio alheio
Apertamos mais que
Gostaríamos de apertar




No fim do dia
A garganta inflama
A garganta clama
Chama a chama
Que acaba queimando
Mais que gostaríamos
De queimar




No fim da vida
O passado bate
O reumatismo bate
A saudade bate
A consciência bate




A conclusão é a seguinte:
Batemos a vida toda
E no fim apanhamos
Mais que gostaríamos
De apanhar.